domingo, 13 de maio de 2012

O resto é paisagem!

Ele é mega-agrupamentos, portagens nas SCUT, reorganização dos corpos de bombeiros, linhas de comboio fechadas e por ai fora. O que eu não entendo é como é que um país onde se esteve prestes de fazer uma regionalização, se pode ter chegado a este ponto. E o pior é que foi assim, a centralizar tudo, a asfixiar a economia do interior que chegámos onde estamos. Parece que há quem ache que estamos no bom caminho.

sábado, 12 de maio de 2012

Para que serve a economia?

Acho piada a estas teorias de que não pode haver empregos para a vida inteira e que é legítimo as empresas gerirem os seus recursos humanos de maneira a serem o mais rentáveis possível, tal como o estado também deveria fazer. Pois eu acho em primeiro lugar que a economia serve para produzir coisas para as pessoas viverem o melhor possível. E quantas mais pessoas melhor. Portanto uma empresa só tem sentido enquanto os seus principais objectivos forem produzir coisas e empregar pessoas. O resto, as margens de lucro, a cotação da empresa e por ai fora deve vir depois.

segunda-feira, 7 de maio de 2012

Maçã podre

Hoje ouvi alguém dizer que a Apple é a marca mais valiosa do mundo. Não sei se é verdade mas acredito e acho sinceramente que os computadores da marca são os melhores do mercado assim como considero o resto de produtos pouco necessários à vida. Mas adiante que não é isso que me traz aqui. A pessoa em questão fundamentou a sua afirmação numa série de características da empresa como sejam estratégia de marketing e de mercado, design, liderança tecnológica and so on que me pareceram muito coerentes e lógicas. O problema é que a coisa acabou com um contundente: “A marca é portanto a mais valiosa porque é a mais desejada por vinte por cento da população mundial. Quer dizer, é a mais desejada por toda a gente, mas só vinte por cento é que a pode comprar, portanto os outros oitenta não interessam para nada”. Eu, não entendendo nada de gestão de empresas, entendo que a Apple, e as outras marcas todas, só são lucrativas se tiverem estratégias adequadas e uma série de características que as façam destacar no mercado. No entanto sei que as geringonças da Apple utilizam componentes feitos com matérias-primas que só existem em África, e são produzidas em fábricas localizadas em pobres países asiáticos onde as pessoas morrem de fome. Ásia e África onde por sinal vive a grande maioria desses oitenta por cento que não só não podem como nunca vão poder comprar um Mac e nem sequer sabem o que é. Enquanto isto assim for, a maçã está podre.

terça-feira, 1 de maio de 2012

A primeira a 1 de Maio

Não sei se sinto desilusão, pena ou raiva. O dia de hoje deixou-me com muito má impressão do que está a acontecer em Portugal. Entendam-me, não é que eu não soubesse já que as coisas estão más, e muito. Mas nunca pensei que estivessem tão más. Hoje é dia 1 de Maio e havia mais gente na feira do livro que nas manifestações. E também devia haver muita mais num qualquer pingo doce ou centro comercial. Começo por falar das manifestações em si mesmas. Vi duas e chegou. Os sindicatos fizeram daquilo um acto partidista, folclórico, acéfalo e etc. Já o movimentos dos indignados/precários/desempregados não passa de um grupúsculo com pouco sentido do ridículo. Não têm a mínima noção do que estão a falar, essencialmente quando falam em mudar o mundo, revolução e afins, palavras manifestamente grandes para aquilo que eles representam. Em poucas palavras concluo que quem deveria defender os interesses dos trabalhadores e dos mais frágeis foi claramente ultrapassado pelos acontecimentos. Do outro lado está um grupo de empresários ou lá como aquilo se chame que compreendeu e bem que pode fazer o que quiser. Os grandes grupos de retalho e os franchisings abriram as portas e obrigaram os trabalhadores a estar nos seus postos de trabalho sob ameaça de despedimento. Nada novo no horizonte. Os patrões comportaram-se assim antes de os trabalhadores defenderem os seus direitos. Seria de esperar que voltassem a comportar-se assim quando os trabalhadores deixassem de poder ou querer fazer essa defesa. Mais abaixo na escala evolutiva temos o governo absolutamente incapaz de fazer o que quer que seja pela economia do país. Hoje vários grupos económicos, todos com sede fiscal fora do país abriram portas. Amanhã vão levar o dinheiro em caixa para fora e a esmagadora maioria dos empresários e comerciantes portugueses vai continuar a ver definhar os seus negócios enquanto o aparelho do estado os asfixia com impostos e asaes. O triste disto não é estarmos em crise. É estarmos todos tão empenhados em piorar a situação a cada dia que passa.